segunda-feira, junho 09, 2008
Há, mas são verdes... (3)
Como o sabe qualquer leitor de ficção científica, muita da escrita nestes domínios, mais que imaginar gentes e lugares distantes, na verdade, fala de nós mesmos, seres humanos... E frequentemente com um sentido crítico incisivo. Um bom exemplo disso mesmo pode ser encontrado em O Dia Da Chegada dos Marcianos (no original The Day The Martians Came) que, mais que um mero relato do encontro de uma civilização subterrânea no planeta vermelho, mostra antes como o ser humano reage perante o que lhe é diferente diferente (sugerindo clara alegoria à relação da sociedade com os grupos minoritários). E, acima de tudo, como coloca frequentemente a sua satisfação (e realização) pessoal acima do bem comunitário. Publicado em 1988 por Frederik Pohl, o livro coloca-nos perante o iminente fiasco de um projecto de colonização de Marte. Radiações e saudades revelam-se a gota de água que coloca o adeus ao planeta na agenda das possibilidades. E é então que, por acaso, é descoberta uma cidade subterrânea e de uma civilização simples, criada por seres invulgares e extremamente frágeis... A descoberta revela-se para os seus autores, mais que uma conquista da ciência, uma fonte de realização de ambições pessoais... Uma pequena embaixada marciana regressa com alguns dos colonizadores... Marcianos e humanos revelar-se-ão bem diferentes entre si...