sexta-feira, junho 27, 2008

Ao serviço de James Bond

Discografia Duran Duran - 21
'A View To A Kill' (single), 1985

A última gravação da formação original dos Duran Duran antes da sua reunião em 2001 representou não só um dos seus maiores êxitos mas, também, um dos mais sólidos clássicos da sua obra. A história da canção começou quando, uma noite, e sem grande diplomacia numa primeira abordagem, o baixista John Taylor, grande admirador de James Bond, perguntou ao produtor Cubby Briccoli, responsável pelos filmes, quando poderia ele ver alguém “decente” a compor para o espião 007... Os mais recentes filmes, com canções de vozes como Rita Coolidge, Shirley Bassey (em terceira colaboração Bond em Moonraker) e Sheena Easton (menos mal que as demais) tinham revelado canções muito aquém do filão que outrora gerara clássicos como Goldfinger (da já citada Shirley Bassey), You Only Live Twice (Nancy Sinatra) ou The Man With The Golden Gun (Lulu)... A conversa deu fruto e, pouco depois, os Duran Duran eram convidados a assinar o tema para o novo filme, A View To A Kill. Foram apresentados a John Barry, autor da banda sonora, com quem trabalharam em conjunto na composição e de quem receberam, depois, sumptuoso arranjo de cordas. O single foi editado em Maio, e rapidamente subiu aos primeiros lugares das tabelas mundiais, atingindo o número um em países como os EUA, Canadá, Itália ou Suécia. A View To A Kill é, ainda hoje, o único single de uma canção para James Bond a ter atingido o número um nos EUA. No lado B surge A View To A Kill (That Fatal Kiss), um arranjo orquestral da canção, igualmente presente na banda sonora do filme. A View To A Kill foi um dos quatro temas que o grupo apresentou na sua participação no Live Aid, em Julho desse ano. Esse momento representou a última actuação da formação original do grupo antes do já referido reencontro em 2001.



O teledisco de A View To A Kill assegurou o reencontro do grupo com a dupla Goldley & Creme, que quatro anos antes havia assinado o polémico vídeo de Girls On Film. O grupo surge em situações encenadas na Torre Eiffel, cenário de uma das sequências de acção do filme. A montagem cruza as imagens dos cinco Duran Duran com a perseguição de Roger Moore a Grace Jones, como se todos os acontecimentos estivessem a decorrer em simultâneo, no mesmo lugar.