Acaba de ser lançado no mercado nacional um DVD com a “edição especial” do magnífico
Gattaca. Um dos mais espantosos momentos que o cinema de ficção científica nos deu na década de 90,
Gattaca (1997) revelou em Andrew Niccol, o realizdor, um esteta atento às formas como o contexto (visual, entrenda-se) pode valorizar um texto. Herdeiro de sugestões que Aldous Huxley lançou no magistral
O Amirável Mundo Novo,
Gattaca leva-nos a um futuro não muito distante no qual aos filhos das classes privilegiadas é concedido o direito de seleccionar e apurar geneticamente os seus filhos, vincando-se assim a segmentação da sociedade entre uma elite física e intelectualmente capaz de tudo e uma multidão de seres “imperfeitos” a quem é vedado o acesso a certos postos e responsabilidades. Em
Gattaca acompanhamos a história de um filho concebido “à moda antiga” por um casal de classe média-alta, que sonha com carreira no espaço. Destino apenas possível se, como acaba por fazer, trocar de vida com um elemento da elite caído em desgraça...
Sem um orçamento milionário, Andrew Niccol apostou numa boa pesquisa de locais e numa exigente direcção artística para criar a sua visão deste futuro.
Gattaca é prazer absoluto para amantes da arquitectura e do design. Tem a cargo da banda sonora um Michael Nyman invulgarmente inspirado (na sua melhor composição para cinema desde os dias nem que trabalhava para Peter Greenaway). E conta com um elenco de excepção no qual se destacam Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law (no seu primeiro papel num filme americano) e Gore Vidal. O novo DVD junta ao filme uma série de interessantes extras. Em primeiro lugar, as cenas cortadas. Aqui, apenas uma se revelava realmente interessante: aquela a que actores e técnicos que colaboraram no projecto chamam “galeria genética”, mostrando grandes vultos que teriam sido eliminados se imperasse a reprodução por manipulação genética. Segue-se um bom documentário
making of, focando mais as ideias e demandas que a mais banal
trivia de rodagem. Complemento imperdível é um documentário científico que explica o que é e onde pode chegar a manipulação genética, levando uma série de homens de ciência a debater questões de bioética que o filme levanta.
Acaba de ser lançado no mercado nacional um DVD com a “edição especial” do magnífico Gattaca. Um dos mais espantosos momentos que o cinema de ficção científica nos deu na década de 90, Gattaca (1997) revelou em Andrew Niccol, o realizdor, um esteta atento às formas como o contexto (visual, entrenda-se) pode valorizar um texto. Herdeiro de sugestões que Aldous Huxley lançou no magistral O Amirável Mundo Novo, Gattaca leva-nos a um futuro não muito distante no qual aos filhos das classes privilegiadas é concedido o direito de seleccionar e apurar geneticamente os seus filhos, vincando-se assim a segmentação da sociedade entre uma elite física e intelectualmente capaz de tudo e uma multidão de seres “imperfeitos” a quem é vedado o acesso a certos postos e responsabilidades. Em Gattaca acompanhamos a história de um filho concebido “à moda antiga” por um casal de classe média-alta, que sonha com carreira no espaço. Destino apenas possível se, como acaba por fazer, trocar de vida com um elemento da elite caído em desgraça...
Sem um orçamento milionário, Andrew Niccol apostou numa boa pesquisa de locais e numa exigente direcção artística para criar a sua visão deste futuro. Gattaca é prazer absoluto para amantes da arquitectura e do design. Tem a cargo da banda sonora um Michael Nyman invulgarmente inspirado (na sua melhor composição para cinema desde os dias nem que trabalhava para Peter Greenaway). E conta com um elenco de excepção no qual se destacam Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law (no seu primeiro papel num filme americano) e Gore Vidal. O novo DVD junta ao filme uma série de interessantes extras. Em primeiro lugar, as cenas cortadas. Aqui, apenas uma se revelava realmente interessante: aquela a que actores e técnicos que colaboraram no projecto chamam “galeria genética”, mostrando grandes vultos que teriam sido eliminados se imperasse a reprodução por manipulação genética. Segue-se um bom documentário making of, focando mais as ideias e demandas que a mais banal trivia de rodagem. Complemento imperdível é um documentário científico que explica o que é e onde pode chegar a manipulação genética, levando uma série de homens de ciência a debater questões de bioética que o filme levanta.