Simplifiquemos. Alain Resnais (n. 1922) é, claro, um dos nomes grandes da Nova Vaga francesa (Hiroshima Meu Amor, O Último Ano em Marienbad, etc., etc.). Mas, mais simplesmente, lembremos que ele é um dos nomes grandes do cinema do último meio século — ponto final. E não nos lamentemos: o seu filme Coeurs/Corações vai chegar com cerca de um ano e meio de atraso (depois de ter ganho o Leão de Prata de melhor realização em Veneza/2006) — mas vai chegar.
Estamos perante um esplendoroso exercício de cinema-cinema, isto é, do trabalho de alguém que se está olimpicamente nas tintas para "tendências" e "modas", continuando a acreditar no poder vital dos actores (Sabine Azéma, Pierre Arditi, Laura Morante, etc., etc.), na sedução milagrosa dos espaços (com espantosos cenários fabricados em estúdio) e, last but not least, no valor cinematográfico da palavra... teatral (depois de Smoking/No Smoking, Resnais volta a inspirar-se numa peça do inglês Alan Ayckbourn, Private Fears in Public Places). No horizonte está o mais simples dos temas: a solidão. Voilà.
Simplifiquemos: aconteça o que acontecer, entre nós, este é um dos filmes maiores do ano da graça de 2008 — estreia no dia 3 de Abril.
Simplifiquemos: aconteça o que acontecer, entre nós, este é um dos filmes maiores do ano da graça de 2008 — estreia no dia 3 de Abril.