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Honra ao Presidente francês. Não será preciso discutirmos as suas políticas ou os seus modos de se expor publicamente — podemos discordar das primeiras e não gostar dos segundos. O que está em causa é de outra ordem: tem a ver com esse contínuo abuso de poder (quase sempre disfarçado de frivolidade) com que as televisões se assumem como tribunais das relações privadas e, em particular, do espaço conjugal. De facto, quem está a ser entrevistado — para mais tendo como pano de fundo as relações entre dois países tão poderosos e tão importantes na vida democrática do planeta como são a França e os EUA — tem o direito, básico e inalienável, de recusar ser um peão desse voyeurismo "institucional" das televisões. Recusar não falar em televisão pode ser tão importante como aceitar falar no interior do seus dispositivos. Foi assim (incluindo a pergunta):