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Dia de abertura sem competição, na primeira edição do ViMus, o Festival de vídeo musical que decorre até domingo na Póvoa de Varzim. Sessão única de noite, no Casino da Póvoa, com a estreia mundial do
making of de
Fados, filme de Carlos Saura que nessa mesma noite conhecia a primeira projecção oficial, em Toronto, com as presenças do realizador, de Carlos do Carmo e Mariza. O
making of abre o apetite para o filme, sugere ambientes visuais e musicaia. Porém, além de injustificavelmente longo (mais de meia hora) o
making of padece de montagem pouco exigente, por vezes deixando uma vontade narrativa entregue a irremediável pulsão aleatória. Perante um espantoso filme (que o é
Fados, a estrear dia 27 entre nós) exige-se regresso à sala de montagem para mais eficaz aproveitamento de entrevistas e cenas captadas durante a rodagem. Seguiu-se
Flamenco (1995), também de Carlos Saura. É evidente ponto de partida para a definição de um dispositivo formal que atinge a perfeição em
Fados. É espantoso olhar sobre uma música, consciente dos corpos que a produzem. Mas não mostra o sentido de versatilidade visual e muito menos a saudável ousadia musical que brevemente encontraremos em
Fados.