sábado, setembro 01, 2007

Para reencontrar a ficção científica (14)

Robert Heinlein
(1907-1988)


Um dos mais destacados e importantes autores de ficção científica de “linha dura”, elevou consideravelmente a fasquia da plausibilidade factual e científica nestes domínios da ficção, tendo igualmente contribuído enormemente para a sua valorização literária.

Robert Anson Heinlein nasceu em Butler (Missouri, EUA) a 7 de Julho de 1907 e seguiu uma carreira militar na armada, até ser afastado por razões de saúde. Da vida militar colheu ideais de lealdade e liderança, que projectaria mais tarde na sua obra escrita. Estudou então matemática e física, sonhou numa carreira política (no Partido Democrático), mas sem sucesso. Trabalhou em imobiliárias, em minas, mas encontrou rumo quando, em 1939, publicou a sua primeira ficção na revista Astounding Science Fiction. A guerra devolveu-o ao serviço militar, trabalhando então numa base naval na qual trabalhou com o jovem recruta Isaac Asimov. As explosões de Hiroxima e Nagasaki e, mais tarde, a Guerra Fria, desviaram-no definitivamente para a escrita, em ficções nas quais procurou reflectir sobre as suas visões políticas (que variaram ao longo dos tempos). Teve sucesso, revelando-se o primeiro escritor de ficção científica a conseguir publicar regularmente em revistas mainstream e também o primeiro a conseguir fazer de um romance do género um best seller na idade das grandes tiragens.
Controversa, a obra de Heinlein abordou essencialmente temáticas sociais, do individualismo aos domínios da fé, a liberdade sexual, as contraculturas, as diversas noções de família, a exclusão, e na sua vida privada, tentou ser fiel aos ideias e visões que lançava na ficção.
O seu célebre romance de 1959 Starship Troopers foi vilipendiado por alguns detractores seus como sendo fascista, confusão feita com o rigor da visão militarista de um texto nascido como resposta à decisão unilateral dos americanos em abandonar testes nucleares. Apesar da educação militar, Heinlein questionou a ideia de autoridade (Rocket Ship Galileo ou The Moon Is A Harsh Mistress). E frequentemente deixou claro que não aceitava ingerências da religião no estado nem acreditava no comunismo como modelo de sociedade ideal (apesar de ter abertamente criticado McCarthy em 1954).



Alguns títulos fundamentais:
1949. O Planeta Vermelho (Europa América, 1982)
1949. O Dia Depois de Amanhã (Europa América, 1984)
1959. Soldados do Universo (Ed. Notícias, 1998)
1961. Um Estranho Numa Terra Estranha (Europa América 1999)
1966. Revolta na Lua (Livros do Brasil, 1967)