quarta-feira, setembro 05, 2007

Os 50 anos de 'West Side Story'

Imaginar um drama romântico, de desfecho trágico, não muito distante do Romeu e Julieta, de Shakespeare, num contexto moderno, em cenário projectado na Manhattan de meados dos anos 50, foi ponto de partida para um dos musicais mais famosos da história da Broadway, com diversas produções em palco desde 1957, uma célebre adaptação ao cinema (em 1961, por Jerome Robbins e Robert Wise) e inúmeras gravações em disco desde então. Arthur Laurents desenvolveu a história a partir de uma ideia que vinha a desenvolver desde 1949. Leonard Bernstein compôs a música. Stephen Sondheim escreveu as letras das canções naquela que foi a sua estreia na Broadway. O projecto começou a ganhar forma em inícios dos anos 50, passando por títulos como Gangway ou East Side Story. James Dean chegou a ser desejado para o papel protagonista, mas a sua morte, em 1955, impediu que esse desejo sequer fosse transformado em convite.

A estreia, em Setembro de 1957, fez de West Side Story um sucesso imediato, mantendo-se a produção original em cena por 732 actuações (um número invulgarmente elevado para a época), ao que se seguiu uma primeira digressão.Rapidamente a cultura popular abraçou esta história de gangues rivais nas ruas de Nova Iorque. Entre as lutas dos American Jets com os porto-riquenhos Sharks nasce o amor incómodo de Tony (um Jet) e a porto-riquenha Maria, cuja família já lhe tinha arranjado casamento.Ao triunfo nos palcos juntou-se o sucesso nos discos. A gravação do elenco original foi o 48.º disco mais vendido nos EUA na década de 50. Quatro anos depois, a banda sonora da adaptação ao cinema revelaria ainda maior sucesso, tendo o disco sido o 25.º mais vendido de toda a década de 60. Canções como Maria, America e Somewhere tornaram-se clássicos à escala global, esta última tendo sido transformada em pop pelos Pet Shop Boys em 1997.
PS. Texto originalmente publicado no DN