Houve um tempo que o jornalismo "militante" produziu um pouco de tudo, desde a básica e veemente denúncia das injustiças até às mais lamentáveis visões maniqueístas do mundo e das relações entre indivíduos e grupos. Hoje em dia, quando assistimos todos os dias à proliferação de uma "informação" fulanizada, indiferente aos factos e sem paixão pelo factor humano, vale a pena perguntar: ainda há um jornalismo capaz de se reconhecer em causas e valores, sem que isso o enrede nas banalidades e artifícios do "jogo" político? Questão a (re)pensar, por exemplo a partir desta bela primeira página do inglês The Independent, abordando a situação na Birmânia e, mais concretamente, os protestos dos "filhos de Buda".