segunda-feira, agosto 13, 2007

Para reencontrar a ficção científica (11)

Depois de uma introdução, ao longo dos próximos dias aqui apresentaremos uma galeria de alguns dos escritores mais representativos do género.
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William Gibson
(n. 1948)


Pai do cyberpunk, sub-género da ficção científica, William Gibson foi, sobretudo nos anos 80, um dos mais visionários e importantes escritores do seu tempo a quem é creditada a criação do termo ciberespaço.

Nasceu em Conway, na Califórnia (EUA) a 17 de Março de 1948, mas aos 20 anos mudou-se para o Canadá (fugindo à Guerra no Vietname), onde fixou residência em Vancouver, onde ainda hoje reside. A sua escrita reflecte a assimilação da cultura dos computadores e das descobertas da cibernética pelo cidadão da recta final do século XX. Os seus primeiros textos falam de simulações por realidade virtual e de conceitos então futuristas, alguns entretanto vulgarizados, e dedicavam particular atenção à relação do homem com a evolução exponencial da tecnologia. Estas visões resultaram em frequentes novas distopias, nas quais a humanidade se confronta com um mundo ciber-vigiado, manipulado, de valores transformados, importantes bases estruturais de uma obra que conheceu importante apoio por parte do seu amigo, e também escritor, Bruce Sterling.
Depois de se estrear em 1977 com o conto Fragments Of a Hologram Rose, e de desenvolver temáticas e obsessões numa série de outros contos regularmente publicados na revista Omni, estreou-se no romance com o fundamental Neuromante (1984), o primeiro livro a conquistar os três mais importantes prémios da literatura de ficção cinetífica (o Nebula, o Hugo e o Philip K Dick). Neuromante abre a Sprawl Trilogy, concluída com Count Zero e Mona Lisa Overdrive.
Depois de uma outra trilogia que imagina o futuro de San Francisco passou a adoptar um estilo mais realista, o primeiro fruto da mudança revelado em 2003 no best seller Pattern Recognition. Nesse mesmo ano criou um blogue, ainda activo, apesar da fraca actividade este ano (o historial acessível em http://williamgibsonbooks.com/blog/blog.asp). À Internet foi entratanto parar o seu poema electrónico Agrippa (A Book Of The Dead), escrito em 1992, publicado num livro acompanhado de uma disquette que se apagava à medida que o texto era lido. Dois dos seus contos, Johnny Mnemonic e New Rose Hotel foram já adaptados ao cinema por, espectivamente, Robert Longo e Abel Ferrara. Nos anos 90, escreveu argumentos para episódios da série The X Files.


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Alguns títulos fundamentais:
1984. Neuromante (Gradiva, 2004)
1986. Burning Chrome (contos)
1988. Mona Lisa Overdrive
1992. Agrippa (A Book Of The Dead)
1996. Idoru (Gradiva, 1998)