Subitamente, o espaço mediático europeu foi invadido por uma onda de "escândalo". Ou seja: a União Europeia estaria a promover o cinema europeu através de 40 segundos em que se vêem cenas de filmes em que (imagine-se o desaforo...) algumas personagens têm essa coisa impensável, há muito banida do espaço europeu, que são orgasmos. Ora vejam.
O clip é uma maravilha! Enfim, digo eu... certamente porque não reneguei a parte mais pecaminosa da minha formação, ligada ao cinema imperialista americano.
Que se passa, então? Acontece que na sua edição de 1 de Julho, The Sunday Times publicou um artigo sobre a campanha oficial em que este clip se inclui. O artigo, convenhamos, não é um prodígio de felicidade. Basicamente, dá conta do seu sucesso, sugerindo de forma pueril que estamos todos pervertidos por essa coisa hedionda que é o sexo e que, estranhamente, alguns criadores europeus insistem em pôr nos seus filmes. Credo!
Acontece que daí aos noticiários das televisões vai um passo... Esse passo tem um nome: irresponsabilidade. Porquê? Porque se transforma o sucesso do clip no YouTube (mais de um milhão de visitantes) numa questão dramática da diplomacia europeia. Até mesmo o próprio programa Media, responsável pela campanha, se sentiu na obrigação de vir esclarecer: de facto, não é um, mas quatro clips cujos temas são a Alegria, a Tristeza, a Amizade e o Amor; foram apresentados pela primeira vez, em Fevereiro, no Festival de Berlim (aliás, suscitando rasgados elogios); e, desde então, estão disponíveis no respectivo site.
Num continente tão atrasado — sublinho: atrasado — na sua capacidade de valorizar, promover & vender o seu cinema, a campanha do programa Media é uma pequena lufada de ar fresco, descomplexada face aos filmes, inteligente em termos de marketing. Além do mais, vale a pena citar os filmes "escandalosos" cujas imagens são utilizadas:
* O Fabuloso Destino de Amélie, de Jean-Pierre Jeunet
* Ondas de Paixão, de Lars von Trier
* A Melhor Juventude, de Marco Tullio Giordana
* Má Educação, de Pedro Almodóvar
* Adeus Lenine, de Wolfgang Becker
* Hean-On - A Esposa Turca, de Fatih Akin
* Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci
... Tudo obras de sarjeta, assinadas por cineastas desconhecidos, por certo ligados ao submundo. Entretanto, não há aí ninguém que se queira mostrar chocado com os outros clips? Só para animar... e alargar o "debate". O referente ao tema Alegria é assim:
O clip é uma maravilha! Enfim, digo eu... certamente porque não reneguei a parte mais pecaminosa da minha formação, ligada ao cinema imperialista americano.
Que se passa, então? Acontece que na sua edição de 1 de Julho, The Sunday Times publicou um artigo sobre a campanha oficial em que este clip se inclui. O artigo, convenhamos, não é um prodígio de felicidade. Basicamente, dá conta do seu sucesso, sugerindo de forma pueril que estamos todos pervertidos por essa coisa hedionda que é o sexo e que, estranhamente, alguns criadores europeus insistem em pôr nos seus filmes. Credo!
Acontece que daí aos noticiários das televisões vai um passo... Esse passo tem um nome: irresponsabilidade. Porquê? Porque se transforma o sucesso do clip no YouTube (mais de um milhão de visitantes) numa questão dramática da diplomacia europeia. Até mesmo o próprio programa Media, responsável pela campanha, se sentiu na obrigação de vir esclarecer: de facto, não é um, mas quatro clips cujos temas são a Alegria, a Tristeza, a Amizade e o Amor; foram apresentados pela primeira vez, em Fevereiro, no Festival de Berlim (aliás, suscitando rasgados elogios); e, desde então, estão disponíveis no respectivo site.
Num continente tão atrasado — sublinho: atrasado — na sua capacidade de valorizar, promover & vender o seu cinema, a campanha do programa Media é uma pequena lufada de ar fresco, descomplexada face aos filmes, inteligente em termos de marketing. Além do mais, vale a pena citar os filmes "escandalosos" cujas imagens são utilizadas:
* O Fabuloso Destino de Amélie, de Jean-Pierre Jeunet
* Ondas de Paixão, de Lars von Trier
* A Melhor Juventude, de Marco Tullio Giordana
* Má Educação, de Pedro Almodóvar
* Adeus Lenine, de Wolfgang Becker
* Hean-On - A Esposa Turca, de Fatih Akin
* Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci
... Tudo obras de sarjeta, assinadas por cineastas desconhecidos, por certo ligados ao submundo. Entretanto, não há aí ninguém que se queira mostrar chocado com os outros clips? Só para animar... e alargar o "debate". O referente ao tema Alegria é assim: