Texto publicado no Diário de Notícias (1 Junho) >>> No passado sábado [26 Maio], o Festival de Cannes acolheu uma reunião dos representantes dos ministérios da cultura dos países da União Europeia. Objectivo principal: definir "novas regras" da "criação cinematográfica na Europa", tendo em conta os efeitos da Internet e das "novas plataformas de difusão" na vida comercial dos filmes.
Sintomaticamente, uma das vias defendidas para o crescimento do cinema foi o "aumento das receitas das televisões". Como se diz no comunicado de imprensa emitido no dia 26, trata-se de dar "mais liberdade às televisões sobre o momento de inserção dos spots de publicidade sem, no entanto, abolir o limite dos 12 minutos de publicidade por hora". Objectivo? Favorecer o aumento de receitas, de modo a que as televisões "comprem mais filmes". Ao mesmo tempo, foram analisadas as novas formas caseiras de consumo, nomeadamente o aluguer de filmes via Internet ou VOD ("video on demand"). A defesa de tal alternativa suscitou uma recomendação muito directa: as entidades envolvidas no VOD deverão assumir "uma participação directa no financiamento da criação".
Significa isto que a Europa está atenta à especificidade do cinema e, mais do que isso, favorece o seu reforço na cadeia global de produção. Como é que estas opções se vão traduzir na prática? Cada país terá capacidade (e vontade política) de não deixar as televisões serem alagadas por telenovelas e reality shows? Ou será que os políticos se vão limitar à impotência dos belos comunicados oficiais, mas sem acções concretas?
Sintomaticamente, uma das vias defendidas para o crescimento do cinema foi o "aumento das receitas das televisões". Como se diz no comunicado de imprensa emitido no dia 26, trata-se de dar "mais liberdade às televisões sobre o momento de inserção dos spots de publicidade sem, no entanto, abolir o limite dos 12 minutos de publicidade por hora". Objectivo? Favorecer o aumento de receitas, de modo a que as televisões "comprem mais filmes". Ao mesmo tempo, foram analisadas as novas formas caseiras de consumo, nomeadamente o aluguer de filmes via Internet ou VOD ("video on demand"). A defesa de tal alternativa suscitou uma recomendação muito directa: as entidades envolvidas no VOD deverão assumir "uma participação directa no financiamento da criação".
Significa isto que a Europa está atenta à especificidade do cinema e, mais do que isso, favorece o seu reforço na cadeia global de produção. Como é que estas opções se vão traduzir na prática? Cada país terá capacidade (e vontade política) de não deixar as televisões serem alagadas por telenovelas e reality shows? Ou será que os políticos se vão limitar à impotência dos belos comunicados oficiais, mas sem acções concretas?