No momento de falar sobre um novo álbum (a editar na próxima semana), e perante a repetição recente de cenários semelhantes, Marilyn Manson voltou a ser questionado, em entrevistas, sobre o massacre no liceu de Columbine, em 1999. Nada a que não esteja já habituado. De resto, da única vez que falei, cara a cara, com o músico, pouco mais de um ano volvido sobre os acontecimentos, o assunto veio à conversa, com respostas prontas e objectivas. Recorde-se que, nesse dia dois alunos da escola, Dylan Klebold e Eric Harris, assassinaram uma série de colegas, antes de se suicidar. O olhar acusador foi então apontado a Marilyn Manson, cuja música foi tomada por alguns como factor causador da tragédia. Em entrevista, publicada no “amarelinho” DNmais, Marilyn Manson dizia-me, sobre o assunto: “Decidi ser o vilão, porque tento propor uma nova opinião. (...) Mas, como aconteceu com o desastre na escola de Columbine, onde me atacaram por algo ao qual não estava associado, foram os media quem na realidade criou o caso. Havia quem quisesse ser ouvido e os media deram-lhes espaço. Por isso nem respondi, não ripostei. Essa não era uma batalha minha. Esta outra situação com os políticos [referia-se à polémica gerada pela capa de Holy Wood e a uma campanha então lançada pela mulher de Dick Cheney] já é outra coisa. Essa sim, é a minha guerra. E, aí, ataco”.
Sete anos depois, desta vez, para a estação inglesa de televisão, ITV, Manson afirmou: “Senti sempre que não tinha culpa nem que tenha feito algo errado. E desprezo as pessoas que me acusaram na altura. O meu nome, por si só, é como uma tomada de posição sobre exactamente aquilo pelo qual me estavam a acusar...”. E acrescentou: “Hoje até me sinto enganado se não se fala do meu nome quando se refere Columbine porque, na altura, passei por tantos tormentos emocionais e pessoais perante tamanha concentração de esforços para me destruir”. A rematar: “Ninguém pode clamar por créditos ou assumir responsabilidade por aquilo pelo qual fui acusado. E eu próprio não quero assumir responsabilidade porque, de certa maneira, já o fiz...”