Ano Bowie - 43
'The Hunger/Fome de Viver' (1983), de Tony Scott
Tradicionalmente, temos tendência a evocar The Hunger como uma variação mais ou menos pós-moderna sobre o clássico filme de vampiros. Assim é, sem dúvida, com um fabuloso par — David Bowie/Catherine Deneuve (quase sósias em algumas poses, sobretudo quando filmados de perfil) — a viver o êxtase e a maldição da vida eterna. Em ambiente neo-gótico, a acção surge transposta para a Nova Iorque do presente, mas não é apenas por isso que o filme se desvia das regras comuns do género, sobretudo quando o comparamos com o clássico Bela Lugosi ou, nos anos 50/60, a produção inglesa dos estúdios da Hammer Films. Estava-se em 1983 e Tony Scott antecipava, afinal, um estilo e um look que, a pouco e pouco, iriam contaminar muitas áreas dos telediscos (e também da publicidade) — aliás, o filme inicia-se com uma muito noturna performance de Bela Lugosi's Dead, um tema dos Bauhaus que, com esta encenação, se transformou num ambíguo clássico dos telediscos. Depois, embora com um trabalho de altos e baixos, Tony Scott (irmão de Ridley Scott) transformou-se num mais brilhantes exploradores deste jogo de contágio entre os modelos clássicos do cinema e uma estética intimamente ligada à idade pós-MTV — recordemos, por exemplo, o brilhante Man on Fire/Homem em Fúria (2004), com Denzel Washington e Dakota Fanning. Entretanto, vale a pena rever o trailer de The Hunger, uma peça exemplar de um erotismo visceralmente eighties (em princípio de carreira, veja-se Willem Dafoe, com direito a um breve grande plano).
'The Hunger/Fome de Viver' (1983), de Tony Scott
Tradicionalmente, temos tendência a evocar The Hunger como uma variação mais ou menos pós-moderna sobre o clássico filme de vampiros. Assim é, sem dúvida, com um fabuloso par — David Bowie/Catherine Deneuve (quase sósias em algumas poses, sobretudo quando filmados de perfil) — a viver o êxtase e a maldição da vida eterna. Em ambiente neo-gótico, a acção surge transposta para a Nova Iorque do presente, mas não é apenas por isso que o filme se desvia das regras comuns do género, sobretudo quando o comparamos com o clássico Bela Lugosi ou, nos anos 50/60, a produção inglesa dos estúdios da Hammer Films. Estava-se em 1983 e Tony Scott antecipava, afinal, um estilo e um look que, a pouco e pouco, iriam contaminar muitas áreas dos telediscos (e também da publicidade) — aliás, o filme inicia-se com uma muito noturna performance de Bela Lugosi's Dead, um tema dos Bauhaus que, com esta encenação, se transformou num ambíguo clássico dos telediscos. Depois, embora com um trabalho de altos e baixos, Tony Scott (irmão de Ridley Scott) transformou-se num mais brilhantes exploradores deste jogo de contágio entre os modelos clássicos do cinema e uma estética intimamente ligada à idade pós-MTV — recordemos, por exemplo, o brilhante Man on Fire/Homem em Fúria (2004), com Denzel Washington e Dakota Fanning. Entretanto, vale a pena rever o trailer de The Hunger, uma peça exemplar de um erotismo visceralmente eighties (em princípio de carreira, veja-se Willem Dafoe, com direito a um breve grande plano).