'The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars' - Álbum, 1972
Tony De Fries ensinou a David Bowie que, para ser uma estrela, tinha de se comportar como uma estrela. Passou a andar sempre acompanhado de um guarda costas, deslocando-se sempre de limousina. O acesso da imprensa ao músico passou a ser controlado, que é como quem diz, filtrado, dificultado. E as fotos autorizadas eram escolhidas a dedo... Tudo isto numa altura em que, para o cidadão comum, Bowie era ainda um David ninguém... Ao comportamento popstar faltava, contudo, o disco que o justificasse. Disco que nasceu, em 1972, na forma do sublime The Rise and Fall of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars, um álbum coeso, de escrita certeira, canções irresistíveis, com uma história “conceptual” a servir-lhe de medula: a de um poeta visionário que, com ajuda alienígena, acaba transformado em estrela rock’n’roll, num mundo à beira do apocalipse.
O conceito, que David Bowie descreveu como um “cruzamento de Nijinski com a Woolworth’s” (uma cadeia de grandes lojas), juntava uma série de ingredientes devidamente assimilados. Andy Warhol, Lou Reed, Iggy Pop, Marc Bolan, T. S. Eliot, teatro Kabuki, A Laranja Mecânica, 2001: Odisseia no Espaço e Metropolis... Ziggy Stardust, personagem, nascia de uma amálgama de figuras, histórias, imagens e sons, a primeira das criações de Bowie pensadas para dar corpo a uma música e, consequentemente, representá-la performativamente. E entre 1972 e 73 Bowie e Ziggy eram quase indistinguíveis.
Ziggy Stardust é também o disco que faz de Bowie a estrela maior do firmamento glam rock (se bem que Marc Bolan tenha sido o seu real percursor e, eseticamente, apenas o álbum seguinte, Aladdin Sane, reflicta as cores e tons do novo vocabulário pop em expansão). Na essência, Ziggy Stardust é um álbum de rock eloquente, elegante, uma primeira face mais elaborada e introspectiva, uma segunda eléctrica, ostensiva, contagiante. Bowie fez discos melhores, mas este talvez tenha sido o que maior impacte cultural teve no seu tempo.
O conceito, que David Bowie descreveu como um “cruzamento de Nijinski com a Woolworth’s” (uma cadeia de grandes lojas), juntava uma série de ingredientes devidamente assimilados. Andy Warhol, Lou Reed, Iggy Pop, Marc Bolan, T. S. Eliot, teatro Kabuki, A Laranja Mecânica, 2001: Odisseia no Espaço e Metropolis... Ziggy Stardust, personagem, nascia de uma amálgama de figuras, histórias, imagens e sons, a primeira das criações de Bowie pensadas para dar corpo a uma música e, consequentemente, representá-la performativamente. E entre 1972 e 73 Bowie e Ziggy eram quase indistinguíveis.
Ziggy Stardust é também o disco que faz de Bowie a estrela maior do firmamento glam rock (se bem que Marc Bolan tenha sido o seu real percursor e, eseticamente, apenas o álbum seguinte, Aladdin Sane, reflicta as cores e tons do novo vocabulário pop em expansão). Na essência, Ziggy Stardust é um álbum de rock eloquente, elegante, uma primeira face mais elaborada e introspectiva, uma segunda eléctrica, ostensiva, contagiante. Bowie fez discos melhores, mas este talvez tenha sido o que maior impacte cultural teve no seu tempo.