Delicioso fim de tarde no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian (dia 19, 19h00). A temporada de canto 2006/7 prosseguiu com a mezzo-soprano norte-americana Jennifer Larmore, propondo um concerto tanto mais fascinante quanto a "ligeireza" dos seus temas implica uma enorme precisão técnica e, mais do que isso, uma sábia gestão das nuances melódicas e emocionais. Com a cumplicidade do magnífico acompanhante, o pianista francês Antoine Palloc, Larmore soube cumprir o seu programa com a exuberância sempre elegante de quem possui uma genuína teatralidade, obviamente ligada a uma larga experiência de palco no domínio da ópera.
De Rober Quilter a Mozart e Rossini (fabulosa performance da ária Una voce poco fa, de Il barbiere di Siviglia), a primeira parte incluiu, entre outros, um momento de admirável energia e precisão: os versos Heart, We Will Forget Him, de Emily Dickinson, musicados por Vernon Duke. Com Debussy e Bizet (árias da Carmen encenadas, por momentos, como um jogo de sedução com o próprio pianista), a segunda parte desembocou em Art is calling for me (I want to be a Prima Donna), da opereta The Enchantress (1911), de Victor Herbert. Se dúvidas ainda houvesse, aí ficou provado que a magia de Larmore é indissociável de uma elaborada condição de actriz.
De Rober Quilter a Mozart e Rossini (fabulosa performance da ária Una voce poco fa, de Il barbiere di Siviglia), a primeira parte incluiu, entre outros, um momento de admirável energia e precisão: os versos Heart, We Will Forget Him, de Emily Dickinson, musicados por Vernon Duke. Com Debussy e Bizet (árias da Carmen encenadas, por momentos, como um jogo de sedução com o próprio pianista), a segunda parte desembocou em Art is calling for me (I want to be a Prima Donna), da opereta The Enchantress (1911), de Victor Herbert. Se dúvidas ainda houvesse, aí ficou provado que a magia de Larmore é indissociável de uma elaborada condição de actriz.