
O poder da Imperatriz não é casto. Nem ingénuo. Muito menos expectante ou acomodado. É toda essa inquietação — e as sombras de tudo isso — que podemos ler no rosto e na pose de Gong Li. A imagem pertence a
A Maldição da Flor Dourada, novo e sumptuoso filme do cineasta chinês Zhang Yimou que mergulha nas guerras secretas da corte imperial, no ano 928, durante a fase final da Dinastia Tang. Para Zhan Yimou, tal como em
Herói (2002) e
O Segredo dos Punhais Voadores (2004), a exuberância de todos os elementos da
mise en scène, incluindo a magnífica teatralidade dos actores, está longe de ser "exibicionista". Trata-se de revisitar os fantasmas da história através de um cinema, de facto,
maior que a vida.