Atenção ao número de Setembro/Outubro da re-vista Film Comment, editada em Nova Iorque pela Film Society of Lincoln Center. Entre os temas do sumário, inclui-se uma abordagem multifacetada de Marie Antoinette, de Sofia Coppola (com Kirsten Dunst na capa), uma evocação da trilogia "político-metafórica" dos anos 60 do mestre húngaro Miklós Jancsó, uma reflexão sobre as cumplicidades entre David Cronenberg e... Andy Warhol, uma primeira proposta de leitura de The Queen, de Stephen Frears, e ainda uma análise dos efeitos documentais e simbólicos das imagens de guerra vindas do Iraque. Em todo o caso, o grande acontecimento é um artigo de Paul Schrader — argumentista de Scorsese (Taxi Driver, A Última Tentação de Cristo, etc.) e realizador de títulos como American Gigolo, Mishima ou Auto Focus, este um notável filme sobre a televisão americana dos anos 70 que a distribuição portuguesa não estreou nas salas —, artigo sobre o cinema no século XX, mais precisamente sobre o modo como se consolidaram na história e no imaginário colectivo os cânones cinematográficos dos primeiros cem anos. É um dos maiores textos jamais inseridos nas páginas da Film Comment — online, a revista oferece a introdução do imponente trabalho de Schrader.
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