Apesar de ainda pouco divulgada fora dos EUA e alguns (poucos) mercados europeus, mas já com um culto desenhado, a série de televisão The 4400 terminou a sua terceira época de produção, a segunda entretanto já lançada em DVD em zona 2 no Reino Unido. Não tem o calibre de um Lost, nem mesmo o génio de um Sete Palmos de Terra, mas é uma das mais interessantes descendências do modelo The X-Files. De resto, é frequente ver The 4400 apontado como “X-files for the noughties”.
Se a primeira série revelava um bom ponto de partida, com solidez narrativa e um interessante dispositivo de apresentação de personagens, a segunda aprofunda a complexidade de relacionamentos e vinca sobretudo debates entre razão e fé, explorando frequentemente a noção de seita e as reacções que os cultos podem desencadear. Em traços breves, esta é a história de 4400 desaparecimentos durante cerca de 50. 4400 pessoas que, num mesmo dia, regressam num mesmo local, sem sentir que o tempo passara, sem qualquer diferença aparente. Aos poucos compreendemos que há algo de diferente em cada um, estranhas características (ou poderes) habitando em cada um. A segunda série, sem revelar todas as causas das mudanças, deixa claro que não houve alienígenas por detrás dos raptos, mas que se trata afinal de uma qualquer maquinação do homem do futuro, que aprendeu a usar cantos escondidos da mente e a sua capacidade em agir sobre o próprio e o espaço que o rodeia… Uma maquinação com vista a acções de defesa (leia-se salvação) da humanidade. Ou algo completamente diferente?...
Enquanto não chega a terceira época de Lost, The 4400 é uma entre as muitas novas, e bem interessantes, séries de televisão que deviam chegar condignamente aos nossos canais (ou seja, a horas de ter quem a veja). E, também, ao DVD, não havendo, contudo, ainda sinais de familiaridade de qualquer distribuidor nacional com esta série. Sem surpresa, claro…
Para ver trailers e saber mais sobre The 4400, ver aqui.
PS. Ao que parece a série já passou pelas madrugadas da TVI, no passado mês de Fevereiro, aperentemente a léguas da atenção de todos, possivelmente sem campanha de promoção condigna e... quase sem espectadores, claro! Nem tem morangos. Nem açúcar (nem mesmo frutose!).
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