'Heroes' - Remistura de Aphex Twin para transformação de Philip Glass, 1997
Há alguns anos, Philip Glass transformou fragmentos, melodias e sugestões de dois álbuns de David Bowie (Low e Heroes) em sinfonias, ambas já editadas em disco e por diversas vezes apresentadas em concerto (uma terceira apalavrada entre ambos, contudo ainda sem passar da fase de intenções). A Low Symphony, na verdade, é oficialmente a Sinfonia Nº 1 de Philip Glass e Heroes, a sua 4ª. Concentremo-nos nesta última. Tal c0mo Low, esta Sinfonia Nº 4 de Philip Glass optou essencialmente por colher inspiração e matéria prima a transformar essencialmente entre os temas instrumentais do álbum de Bowie (Sense Of Doubt, Neuköln e V2 Schneider), juntando-lhes adaptações de duas canções (Heroes e Sons of The Silent Age) e ainda uma metamorfose de Abdulmajid, um velho outake das sessões de Heroes, finalmente misturado para usar como extra numa reedição em CD do álbum, em 1991. A sinfonia evoluiu de forma distinta do carácter mais "clássico" da Low Symphony. Tal factyo deveu-se ao entusiasmo demonstrado pela coreógrafa Twyla Tharp (para quem Glass já trabalhara, por exemplo, em In The Upper Room, na década de 80) em fazer da sinfonia o ponto de partida para um novo bailado. Daí os seis curtos andamentos que a constituem. A estreia da nova peça fez-se, com a companhia de Twyla Tharp em Nova Iorque, em inícios de 1997, tendo conhecido a sua primeira apresentação em formato de concerto poucos meses depois, no Royal Festival Hall, em Londres. Pouco depois, com a American Composers Orchestra, sob direcção de Dennis Russel Davies, uma primeira gravação surgiu, editada ainda esse ano pela Point Music. A mesma gravação, juntamnete com uma outra, da Low Symphony, foi reeditada em 2003 num CD duplo pela Decca. Esta semana, a Naxos lançou uma nova gravação da Heroes Symphony, pela Bournemouth Symphony Orchestra, dirigida pelo maestro Marin Alsop (num disco que inclui ainda, The Light).
Há, contudo, um "tesouro" perdido com música de Philip Glass e voz de Bowie (já que ambas as sinfonias Low e Heroes são integralmente instrumentais). Editado num CD single bónus da edição japonesa da Heroes Symphony, em 1997, há uma versão vocal da adaptação de Heroes, tema-título do álbum, segundo Glass. A mistura vocal é de Ahpex Twin, cuja outra colaboração com Philip Glass no EP Donkey Rhubarb foi recentemente reeditada (para download via iTunes). Aqui fica, em formato... teledisco...