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O mercado nacional é pequeno e muito limitado. A vontade em ver os grupos de que se gosta existe, claro. E é verdade que os Depeche Mode viveram o seu maior sucesso editorial português com o último álbum. Mas daí a imaginar dois concertos num intervalo de menos de um ano, o segundo em espaço talvez sobredimensionado para a realidade da sua base de fãs, e ainda por cima em tempo de férias e festivais, dá nisto.
O cancelamento dos Depeche Mode, de que Gary Numan, ao telefone ontem de manhã, já me tinha dado sugestão, é má notícia para um país que se julgava já no mapa dos grandes roteiros live europeus. Para todos os efeitos, corre já a notícia, entre agentes internacionais, que um concerto com uma banda de primeira divisão foi cancelado em Portugal. E ninguém se preocupará a explicar, a esses mesmos agentes, o antecedente do desaire, ou seja, casa cheia para 20 mil almas “satisfeitas” alguns meses antes… Não nos admiremos, agora, de cautelas maiores em futuras digressões de nomes de primeira divisão… Antes de assinar uma data lusitana, muitos certamente pensarão duas vezes…