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E voltamos à questão de abertura. Desde a morte de Jeff temos visto a mãe “Buckley” a gerir, literalmente, as migalhas de música que o filho deixou. Podemos reflectir sobre a decisão (houve quem lhe chamasse vampírica) de permitir a edição de sessões rejeitadas pelo filho para My Sweetheart The Drunk, segundo álbum no qual trabalhava quando morreu. Ou seja, o acto de trazer a público uma obra que o autor havia decidido não ser, ainda, a que queria levar a disco. E, como se isso não bastasse, aprovou (ou terá sido apenas vontade da editora?) edições ao vivo, caixas, lançamentos especiais, uns atrás dos outros...
É certo que Jeff Buckley é um dos mais venerados ícones indie da geração de 90. Mas que verdades poderemos esperar de um biopic feito por quem tem nas mãos a gestão dos seus direitos e imagem? E, claro, é certo que poucos dos seus admiradores, porque conhecem a sua música, vão acreditar num Jeff politicamente correcto. Ou, pelo menos, “miticamente” correcto… A referência ao descaradamente “certinho” (e absolutamente desinteressante e popularucho) Ray é, já por si, um sinal pouco animador do que podemos esperar.