É um dos acontecimentos do momento no panorama cinematográfico de Lisboa: a reposição de O Leopardo (1963), de Luchino Visconti, em cópia nova, na versão integral e original (em italiano). Para acompanhar o evento, a distribuidora (Costa do Castelo) e a exibidora (Medeia) apresentam também uma exposição de cartazes no átrio da sala (Nimas) onde está o filme. A ideia foi reunir cerca de duas dezenas de posters que, por assim dizer, retraçam a trajectória pública do filme desde o ano da sua estreia. Estão, assim, disponíveis cartazes provenientes de países como Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Japão, Jugoslávia, Polónia, Suécia (aqui reproduzido) e U.S.A., formando uma pequena galeria que nos dá uma curiosa perspectiva sobre o modo como designers de diversas origens trataram as personagens e os temas da obra-prima de Visconti. Vale a pena recordar, a esse propósito, um valor que, há poucos dias, na cerimónia de entrega dos Oscars, foi devidamente sublinhado por Sid Ganis, presidente da Academia de Hollywood. A saber: para além das muitas e saborosas hipóteses de acesso à memória dos filmes — a começar, obviamente, pelo DVD —, importa manter o culto mais primitivo do cinema, isto é, a descoberta desses mesmos filmes nas salas escuras.
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