O primeiro dos seis filmes da saga A Guerra das Estrelas representou um marco na história do cinema pelas mais diversas razões, da definitiva instituição como fenómeno mainstream da linguagem da ficção científica ao marcar de uma nova lógica de negócio que descobriu no marketing e licenciamento de direitos uma importante fonte de rendimento, passando naturalmente pelos feitos técnicos que brevemente conduziriam a ILM (Industrial Light And Magic) de George Lucas a um protagonismo entre as demais companhias de efeitos (de som e imagem). Este último departamento, o técnico, é o que nos habituámos a ver dominado pelas nomeações e mesmo prémios quando de ficção científica se fala. Mas, em 1977, a space opera de George Lucas entrava em cena com nove nomeações, entre as quais se contavam as categorias de melhor filme, realizador e argumento, com adicional presença na lista dos prémios maiores com outra nomeação, para melhor actor secundário (Sir Alec Guiness). Na noite dos prémios, o filme acabou remetido ao deslumbramento técnico, vencendo seis Oscars (a maior soma da noite), nas caregorias de direcção artística, guarda-roupa, efeitos especiais, montagem, música (John Williams) e som. Mais um Oscar extra, um special achievement award, pelos efeitos de som… George Lucas perdeu melhor filme, argumento e realização para Annie Hall, de Woody Allen (que deu Oscar de melhor actriz a Diane Keaton). O melhor actor foi Richard Dreyfuss, em Goodbye Girl. E a melhor fotografia, coube a Encontros Imediatos de Terceiro Grau, de Steven Spielberg. Mesmo assim, com sete estatuetas na mão, A Guerra das Estrelas foi o filme mais premiado do ano.