Foi um ano bom para a música. E para a reconversão do género musical. Isto porque o grande consagrado dos Oscars (com dez estatuetas, incluindo melhor filme de 1961) acabou por ser West Side Story, de Robert Wise e Jerome Robbins, um objecto capaz de provar que era possível trazer a tradição clássica para as ruas de Nova Iorque — sob o signo da partitura de Leonard Bernstein — e relançá-la no coração da modernidade. Foi também o ano de uma das canções mais lendárias de toda a história dos filmes: Moon River, uma pérola de elegância com música de Henry Mancini e letra de Johnny Mercer, que servia de selo romântico às aventuras de Holly Golightly (aliás, Audrey Hebpurn) em cenários sofisticados de Manhattan — o filme chamava-se Breakfast at Tiffanys (Boneca de Luxo) e baseava-se na novela homónima de Truman Capote. Moon River ganhou o Oscar de melhor canção e Mancini foi ainda distinguido como autor da melhor música para drama ou comédia (nessa altura vigorava ainda a separação entre essa categoria e a de musical). Moon River tornou-se uma das canções com maior número de versões: são dezenas e dezenas, incluindo as de Shirley Bassey, Bobby Darin, Judy Garland, Frank Sinatra e, last but not least, Sarah Vaughan.
Apresentação: Bob Hope.