Não é fácil falar deste filme. Primeiro, porque a evocação dos Jogos Olímpicos de 1972 — com o atentado palestiniano contra atletas israelitas, depois com a perseguição dos agentes israelitas contra os terroristas — dispensa qualquer maniqueísmo, seja ele político, moral ou até de natureza cinematográfica; depois, porque no espaço mediático rapidamente se instalou um quadro restritivo de "discussão" em que se trata de saber (?) se o filme é pró ou contra o terrorismo. Convém, por isso, sublinhar que o que está em causa se situa muito para além da óbvia e inequívoca condenação de qualquer acto terrorista — trata-se de dizer/mostrar que qualquer morte de um ser humano é também algo que morre dentro de nós. Não é fácil.
MAIL