sábado, fevereiro 18, 2006

DJs 'contra' músicos no 'Village Voice'

O Village Voice volta a apresentar, esta semana, um interessante dossier musical. O dossier lança um debate interessante sobre as diferenças de estauto (e fama) entre DJs e músicos pop. Nos anos 90, explica o texto, DJs como Paul Oakenfold, Pete Tong ou Sasha, cobravam honorários principescos por horas nos pratos (dos discos, entenda-se). Mas o clima mudou. E hoje vemos multidões de estrelas pop/rock a encabeçar flyers de discotecas e bares. Jarvis Cocker, Martin Gore, Peter Hook, Andy Bell ou Davd J, são presenças habituais em clubes de Nova Iorque. E, como eles, cruzam discos, músicos de bandas como os Franz Ferdinand, TV On The Radio, The Killers, Interpol ou Rapture. Os promotores de noites dançantes perceberam, por alturas do surto electroclash, que as multidões não queriam mais doses intermináveis de batida instrumental, mas antes canções. E, logo depois, que em muitos lugares não se queria exactamente electroclash, mas antes as verdadeiras memórias de 80, cruzadas com as novas bandas que nelas procuram referências. Perante o cenário, a velha guarda DJ responde, apontando sobretudo as deficiências técnicas dos músicos/DJs que “não sabem acertar batidas”… Mas, perdoem-me os senhores DJs (sobretudo os ultra-especializados em áreas limitadas da dance music), eles, salvo algumas excepções, sabem escolher canções que dá muito mais gozo dançar! E têm, por vezes, colecções mais versáteis e estimulantes de discos em casa...
Esta resposta dos músicos a uma geração de DJs de house ou techno musicalmente analfabetos (salvo no microcosmos em que são especialistas) não deixa de merecer, por vezes, crítica quando o músico dá apenas o nome ao flyer, e surge na cabine de DJ mais como episódio de um plano de promoção que como autor de um set de DJing. Como sucedeu, recentemente, com Madonna no Luke And Leroy, numa noite em que quem trabalhou foi Stuart Price, ficando a cantora entregue a uns headphones para posar para os fotógrafos… Sem tocar alguma vez nos discos. Sorry…
Aqui, o belíssimo dossier do Village Voice.

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