segunda-feira, janeiro 30, 2006

"Crash" distinguido pela Screen Actors Guild

Por vezes, lendo, ouvindo ou vendo algumas notícias sobre a temporada (de prémios) antes dos Oscars, ficamos com a sensação de que há jornalistas que julgam que há em tudo isto algo de "científico" ou que, em última instância, as distinções acabarão por confirmar um qualquer "destino" (que eles souberam antecipar) — parece que há quem se sinta melhor a fingir-se de profeta do que a sentir o prazer dos próprios filmes...
Vem isto a propósito da distinção principal atribuída pela associação de actores do EUA — Screen Actors Guild (SAG) — na sua cerimónia (na madrugada de domingo para segunda-feira). Assim, o prémio para o melhor elenco foi para Colisão/Crash, de Paul Haggis, um filme de que pouco se tem falado neste período de antecipação dos Oscars. De facto, o filme de Haggis corresponde a uma brilhante materialização da noção de ensemble cast e faz todo o sentido que a própria profissão o distinga, independentemente de isso "confirmar" ou não as tendências dos Oscars. Philip Seymour Hoffman (Capote) foi eleito melhor actor e Reese Witherspoon (Walk the Line) melhor actriz. Ainda no cinema, Paul Giamatti (Cinderella Man) e Rachel Weisz (O Fiel Jardineiro) ganharam as categorias secundárias. Para além dos prémios na área da televisão, a SAG homenageou ainda a actriz Shirley Temple naquele que foi o momento mais vibrante da noite, por um lado revisitando memórias de Hollywood nos anos 30/40, por outro lado através do discurso de apresentação impecavelmente lido por outra espantosa actriz-criança: Dakota Fanning.

MAIL