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Em boa verdade, não há grande diferença estrutural entre um filme como A Noiva Cadáver e qualquer outro título de Tim Burton aparentemente mais "humanizado". Desde logo, porque o realizador se mantém fiel aos "seus" actores — Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Albert Finney, Christopher Lee, etc. — e, claro, ao seu sempre surpreendente compositor, o fidelíssimo Danny Elfman. Depois, porque a história do noivo (de uma criatura humana) que fica comprometido com uma inesperada donzela (outrora humana, agora instalada no lado de lá... dos mortos) é mais uma irresistível variação sobre uma central questão "burtoniana": a da cândida a-moralidade do amor face à burocracia dos costumes e das leis de bom comportamento. O filme começa em tons muito sombrios, apenas porque é assim o país dos vivos — é preciso que os mortos comecem a cantar e a dançar para descobrirmos o prazer das cores...
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