Todas as conversas sobre o início do novo ano discográfico passam certamente já pelas muito esperadas edições do terceiro álbum dos The Strokes (dia 3) e pela chegada da compilação que percorre 20 anos na carreira dos Pop Dell’Arte, com três inéditos, POPlastik (dia 16). Todavia, um outro nome deve ser acrescentado a esse pacote de grandes esperanças: Richard Swift. É certo que não se trata de uma novidade. Falamos de um álbum duplo que recolhe dois discos mais antigos, e que já conheceu edição internacional este ano, pela Secretly Canadian. Acontece que a Flur apostou em colocá-lo no mercado nacional numa data mais indicada (e ainda bem que o faz, evitando os estrangulamentos natalícios), afastando para Janeiro o lançamento de um daqueles discos de que se vai falar muito nos próximos meses.
Richard Swift é um intrigante e cativante cantautor californiano, nascido em 1977 e com parte da juventude vivida no quarto, na companhia de um gravador de quatro pistas e de discos de Bob Dylan a Lee Perry… Editou dois álbuns (Walking Without Effect em 2001 e The Novelist em 2004, ou seja, os dois agora reunidos num CD duplo a editar em janeiro), pérolas visionárias de escrita lo fi capazes de ofuscar outros autores/intérpretes recentemente entrados em cena e já alvo de pequenos cultos. A música de Swift, que parte do registo clássico do cantautor, mas aceita desafios de tempos e lugares diferentes, frequentemente sugerindo palco num qualquer bar decadente dos anos 30 em final de noite de casa vazia, é um mundo de acontecimentos, e deixa qualquer ouvinte atento irremediavelmente conquistado. Escutem Losing Sleep ou Lovely Night no site oficial do músico como aperitivo. E, depois das rabanadas e das 12 passas, guardem um tempo para descobrir Richard Swift. Vai ser, para quem o não conhece, a primeira grande descoberta de 2006! E com álbum novo a caminho, lá para Março ou Abril…
P.S. Recomendado para fãs de Rufus Wainwright, Tom Waits, Bob Dylan. Todos juntos ou em separado...
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