Patti Smith é um nome duplamente referido em listas de edições este mês. Há dias lançou, nos Estados Unidos, Auguries Of Innocence, a sua primeira colecção de poemas de há algum tempo a esta parte. Segundo as críticas já publicadas, trata-se de um livro de mudança, onde a raiva cede à empatia, onde a cura surge depois do grito, a luz na linguagem, a catarse na expressão. São 80 páginas, capa dura, peça fundamental para admiradores de uma obra poética que não esconde a admiração profunda e antiga por Blake e Rimbaud.
Ao mesmo tempo, a SonyBMG prepara o lançamento (já esta semana) de uma “Legacy Edition” do clássico Horses, originalmente publicado em 1975, ou seja, há 30 anos. Disco fulcral da história pop/rock de 70, peça-chave na abertura de terreno de uma nova linguagem musical, que acabaria conhecida sob a designação punk, mas ao mesmo tempo disco de demarcação de uma personalidade musical, visual e poética mais elaborada (mesmo literária) que dela fez a diferença. Capa histórica de Mapplethorpe. Produção certeira de John Cale. A nova edição é dupla, um CD dedicado ao álbum, como o conhecemos, o segundo apresentando a actuação ao vivo do passado dia 25 de Junho no Royal Festival Hall londrino que encerrou a edição 2005 do Meltdown Festival que teve precisamente Patti Smith como curadora. O disco recolhe, na íntegra, a apresentação ao vivo de todo o álbum Horses, Patti Smith acompanhada em palco por alguns dos colaboradores originais como Lenny Kaye, Jee Dee Daugherty, Tom Verlaine (que colaborou no álbum, em 1975) e Tony Shanahan, a quem se juntou ainda Flea, dos Red Hot Chilli Peppers.
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