Apesar da abertura assegurada por nomes como os Air, Etienne de Crecy, Cassius e outros mais, muita da actual música francesa continua a não chegar aos nossos ouvidos. Por isso convém chamar a atenção de todos para um dos mais espantosos discos do ano em terras de França: Adieu Tristesse, o novo do já veterano Arthur H.
Ele é um cantautor vesátil, com discos editados desde 1989, numa obra que de si fez já um dos mais reconhecidos autores de um espaço que é habitualmente rotulado como nouvelle chanson. Adieu Tristesse é o seu magnífico décimo álbum de originais e, claramente, o seu maior feito musical até à data. O disco respira as paixões há muito óbvias na obra de Arthur H (Serge Gainsbourg, Tom Waits e um gosto pelo apelo de urgência do it youself apreendido com os Clash), mas resolve-as de uma forma completa e mais pessoal que nunca. Além destas pistas, convoca ainda colaboradores como Feist (num dueto que reinventa uma canção de Eric Satie), M e Jacques Higelin. O álbum sublinha o seu reconhecido gosto pelo teatro e pela poesia. É feito de espaços, de sons e palavras que se cruzam em fabulosas canções. Sussurrante na voz grave, ora falada ora cantada, Arthur H passeia-se por canções texturalmente ricas em acontecimentos, com momentos maiores em pérolas como o tema-título, Ma Dernière Nuit À New York City, The Lady Of Shangai ou Est’ce Que Tu Aimes… O CD inclui um DVD com uma entrevista, um making of do álbum e o teledisco de Est’ce Que Tu Aimes.
No site oficial há uma biografia completa, discografia e sons para descobrir este e outros álbuns.
Por cá a eventual edição deveria caber à Universal... Que deverá está muito ocupada com os seus Bons Jóvis e Bryanes Adams do costume, e não tem certamente tempo a perder com estas coisas francesas.
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