domingo, outubro 16, 2005

Sound + Vision: noite audio 'high end'

Viveu de boa música e bom som a noite de escuta de discos promovida pela Fnac Colombo, em colaboração com o Sound + Vision, no serão de sábado, dia 15. Na recta final de um ciclo dedicado pela loja ao hi fi, ouvimos música usando um sistema audio de dois canais com o mais recente amplificador integrado Marantz PM15S1, o leitor de SACD Marantz SA15S1, o gira discos RPM9 da Pro-ject e colunas da gama de topo Canton Vento 8079D.
Boa plateia, bastante interessada, com vontade de descobrir tanto os discos escolhidos (alguns deles, que passam em poucas rádios, até acabaram por gerar a curiosidade e adesão de ouvintes presentes), como as aparelhagens que os tocavam. Discos entremeados com palavras, histórias pessoais, memórias, sons passados e presentes. Na ementa áudio de João Lopes e Nuno Galopim, entre CDs e discos em vinil (nos formatos single, maxi single e LP) ouviu-se:

* David Bowie "Sound + Vision" (vinil)
* Rebekah del Rio "Llorando" (CD)
* Jacques Brel "La Valse A Mille Temps" (vinil)
* Marlene Dietrich "Blowin' In The Wind" (CD)
* António Variações "Estou Além" (Vinil)
* David Sylvian + Ryuichi Sakamoto "Forbidden Colors" (vinil)
* Spiritualized "Feel So Sad" (CD)
* Kraftwerk "Das Model" (vinil)
* Philip Glass "Liquid Days" (CD)
* Oscar Peterson Trio "Maria" (CD)
* Antony And The Johnsons "You Are My Sister" (CD)
* Gomez "Bring Your Lovin' Back Here" (CD)
* Arcade Fire "Crown Of Love" (CD)

J.L: Boas canções são sempre boas canções, mesmo numa aparelhagem menos boa... Mas que tal não impeça de visar (e enaltecer) a perfeição. Foi isso que se sentiu (e ouviu) na noite da FNAC, permitindo (re)descobrir uma série de temas numa aparelhagem que, além da sofisticação digital, nos consegue fazer reencontrar a «crueza» física do vinil. Daí também a importância de não pensar ou fruir os sons a partir de fronteiras rígidas entre o «clássico» e o «moderno», o «puro» e o «impuro». Além do mais, pairou a sensação de que anda por aí muita música interessante que algumas rádios esquecem muito e de que as televisões... nem se lembram.
N.G.: Para um não audiófilo a experiência foi, no mínimo sedutora. Foi, como se disse na ocasião, um belo "serom" (serão com som, leia-se)... Quando a boa música se alia à boa tecnologia de reprodução de som, só se pode esperar o melhor. Mesmo assim, a ideia musical, é ainda (e sempre) mais importante que a máquina que a toca e mostra. Um bom disco, mesmo em aparelhagem mediana, é sempre bem melhor que um mau disco tocado na melhor geringonça áudio do mundo. A noite de sábado mostrou, contudo, que bons sistemas permitem escutar música de outra maneira. E voltar a confirmar que há uma dimensão física, corpórea, no vinil, que o digital ainda não reproduz... Pena, todavia, os preços pouco meigos destas máquinas... E as casas em que hoje todos vivemos não serem da dimensão que se exige para uma perfeita projecção do som...
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