Tudo indica que um dos grandes filmes de 2005 — A History of Violence, de David Cronenberg — vai ser, entre nós, um dos grandes filmes de... 2006. Isto porque, depois de sucessivos anúncios de datas mais ou menos próximas, esse fabuloso exercício sobre o imaginário da violência made in USA passou para o próximo ano, em «data a confirmar».
Entendamo-nos: distribuidores e exibidores saberão, melhor que ninguém, como gerir as salas e as respectivas programações. Em todo o caso, algo se está a passar quando alterações deste género passaram a ser um acontecimento quase quotidiano. Como bem sabem os que trabalham nos meios de comunicação, já aconteceu até, no mesmo dia, uma distribuidora anunciar e desmentir a data de uma estreia...
E não façamos confusão: distribuidores e exibidores não têm de «prestar contas» à comunicação social. Apenas se estranha que a simples gestão de algo que é da sua exclusiva responsabilidade — onde e quando estrear os filmes — tenha entrado num processo de roda livre em que já poucos de nós conseguimos acreditar na simples justeza factual das informações divulgadas.
E, sobretudo, não baralhemos as coisas: deste modo, o mercado revela uma relação, no mínimo, disciplicente com as expectativas dos respectivos públicos. Isto porque, salvo melhor opinião, se programam filmes sabendo jogar com as expectativas dos espectadores e fazendo-os sentir que podem confiar na qualidade da própria oferta (a começar pelo seu simples calendário...).
No limite mais bizarro de tudo isto, parece haver cada vez mais entidades que investem quase todos os seus esforços nos grandes lançamentos, com chancela de blockbuster. Infelizmente, um mercado vive da diversidade e será sempre uma ilusão pensar que a sua dinâmica pode dispensar «coisas» como A History of Violence, que de blockbuster nada têm... Trata-se apenas de um filme excepcional, isto é, que não cumpre a «regra», seja ela qual for. Será isso razão para o penalizar?
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Entendamo-nos: distribuidores e exibidores saberão, melhor que ninguém, como gerir as salas e as respectivas programações. Em todo o caso, algo se está a passar quando alterações deste género passaram a ser um acontecimento quase quotidiano. Como bem sabem os que trabalham nos meios de comunicação, já aconteceu até, no mesmo dia, uma distribuidora anunciar e desmentir a data de uma estreia...
E não façamos confusão: distribuidores e exibidores não têm de «prestar contas» à comunicação social. Apenas se estranha que a simples gestão de algo que é da sua exclusiva responsabilidade — onde e quando estrear os filmes — tenha entrado num processo de roda livre em que já poucos de nós conseguimos acreditar na simples justeza factual das informações divulgadas.
E, sobretudo, não baralhemos as coisas: deste modo, o mercado revela uma relação, no mínimo, disciplicente com as expectativas dos respectivos públicos. Isto porque, salvo melhor opinião, se programam filmes sabendo jogar com as expectativas dos espectadores e fazendo-os sentir que podem confiar na qualidade da própria oferta (a começar pelo seu simples calendário...).
No limite mais bizarro de tudo isto, parece haver cada vez mais entidades que investem quase todos os seus esforços nos grandes lançamentos, com chancela de blockbuster. Infelizmente, um mercado vive da diversidade e será sempre uma ilusão pensar que a sua dinâmica pode dispensar «coisas» como A History of Violence, que de blockbuster nada têm... Trata-se apenas de um filme excepcional, isto é, que não cumpre a «regra», seja ela qual for. Será isso razão para o penalizar?