Saíu em DVD um grande clássico do cinema americano dos anos 50 ou 60, desses que as televisões olimpicamente ignoram? Passou a estar disponível a edição de um título chave da Nova Vaga francesa, há muito ausente de todos os circuitos de difusão? Enfim, será que existe algum título daquele cineasta de culto que tanto admiramos?
Provavelmente (para não dizer seguramente) todas estas perguntas têm respostas afirmativas. Mas ninguém sabe.
Dito de outro modo: a edição do DVD em Portugal entrou no ponto crítico da acumulação anómima, contra o rigor da diferenciação. Estou a generalizar, eu sei, e por isso corro o risco de ser injusto com as excepções (que existem). O certo é que, perante a ausência de trabalho que (des)enquadra muitas edições em DVD, o mercado está a entrar na arbitrariedade. Corremos o risco real de descobrirmos uma obra-prima incontornável, por acidente, algures na esquina da prateleira de uma loja.
E não se julgue que este é um problema que apenas atinge os consumidores (que todos somos). Especificamente, na área jornalística, muitas vezes é complicado aceder às edições que, mal ou bem, vão saindo. Além de que é penoso compreender que algumas pessoas que trabalham na área, ainda que esforçadas e honestas, não têm qualquer tipo de formação específica para lidar com os filmes. Aliás, não dizem filmes: dizem produtos.
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