Os Acid House Kings, um quarteto sueco com história que remonta a 1991, mas parece ter saído de uma festa de aficionados de trapos e cortes de cabelo anos 60, brinda-nos com mais uma mão cheia de belas canções pop sob o título mais “retro” do ano: Sing Along With The Acid House Kings. Para deixar de lado quaisquer dúvidas que o nome da banda possa sugerir, esclareça-se já que em nada há por aqui heranças da Roland 303 e outras engenhocas para fazer bleep bleep no registo que a história registou sob a patente acid house… Pelo contrário, estamos em pacato território conservador, clássico, pastoral, como se de um encontro entre os Kings Of Convenience e os Belle & Sebastian se tratasse. Mas não esgotemos a caracterização em comparações, até porque quando ambos os projectos agora citados apareceram, já estes senhores suecos por cá estavam…
Fazem uma música que podemos entender como herdeira de uma importante tradição folk que há muito é espaço de referência na identidade pop sueca, mas que está na verdade mais próxima do sentido pastoral de certas bandas da ruralidade britânica, sem receio ainda de cruzar vozes e guitarras com cenários para cordas. Canções doces (bem açucaradas), mas instrumental ou vocalmente cortadas aqui e ali por eventual travo amargo, são encanto a descobrir nestes 35 minutos de puro prazer pop (com pontual, mas quase envergonhadso, abanão de anca disco sound em Tonight Is Forever). Um disco para escutar nas tardes de fim de Verão, com hino trolaró a eleger no genial Do What You Wanna Do. Para saborear. N.G. (excerto adaptado de crítica publicada no DN:música a 9 de Setembro)
Se gostou, escute:
Belle & Sebastian: Push Barman To Open Old Wounds (2005)
Kings Of Convenience: Quiet Is The New Loud (2001)
Cardigans: Life (1995)
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